Silêncio
Richelle Mead
Galera Record
"Acabamos de enganar os tutores mais uma vez, mas não consigo me sentir mal por ter feito isso. Ao menos, não com a certeza de que o futuro de Zhang Jing é o que está em jogo. Se descobrirem que a visão dela está falhando, quase com certeza tirarão seu posto de aprendiz e a mandarão para trabalhar nas minas. Só de pensar nisso, já sinto um aperto no peito. Em nosso povoado, a verdade é que só existem três trabalhos possíveis: artista, mineradores ou fornecedor de suprimentos. Nossos pais eram mineradores. Eles morreram jovens."
Pelo que Fei se lembra, nunca houve um ruído em seu vilarejo - todos são surdos. No alto da montanha, ou se trabalhava nas minas ou na escola, como aprendiz; as castas devem ser respeitadas, e os mineradores não interagem com os demais. Este sistema possibilita privilégios, interfere no quanto se pode comer - o alimento é escasso e chega semanalmente por um sistema de cabos de Beiguo, um misterioso e distante reino - e mantém Fei e a irmã, ambas aprendizes, juntas.
Quando alguns habitantes, tanto das minas quanto da escola, começam a também perder a visão, as remessas de alimentos diminuem. Muitos têm fome, e a crise no vilarejo se agrava. Não há esperança para Fei nem para os que ela ama, e logo a jovem se vê obrigada a agir e a desrespeitar algumas leis.
O que ninguém sabe é que, de repente, ela ganha um aliado: o som, e ele se torna sua principal arma. Ao seu lado, segue também um belo e revolucionário minerador, um amigo de infância há muito afastado em função do sistema de castas.
Os dois embarcam em uma jornada grandiosa deixando a montanha para chegar ao vale de Beiguo, onde uma surpreendente verdade mudará suas vidas para sempre. Fei não demora a entender quem é o verdadeiro inimigo, e descobre que não se pode controlar o coração.
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