A Dama de Papel
Catarina Muniz
Universo dos Livros

"Ela, uma desavergonhada primitiva;
eu, homem das cavernas.
Ah, que doce sofrimento me foi proporcionado.
Por três vezes, bebi o néctar dos deuses.
Por três vezes, morri um pouco.
Agora aqui estou, ardendo como a chama da vela
que ilumina essas palavras,
Afogado pelos pensamentos obscenos que essa
dama escarlate
Cravou em minha mente.
Quero-a novamente.
E saciarei essa fome interminável mais uma vez.
O quanto antes."
Enquanto isso, a fama de Molly se espalha cada vez mais, o que leva a vários
cavalheiros a procurarem seus favores, inclusive seu pai, que não sabe de seu destino e de quem Molly se esconde. A história é apresentada de maneira clara e objetiva. As dores e amores mostrados de forma simples e gostosa de ler. O que também impressiona são os argumentos de Molly para se prostituir. Ela não vê a vida com os mesmos olhos de mulheres de sua época, o que muitas de suas "companheiras de profissão" não compreendem, já que dariam tudo para deixar aquela desregrada situação, aceitando o que Molly sempre se recusou. Catarina Muniz também nos apresenta a situação injusta das mulheres: Homens podem trair; mulheres não (vamos ser francos e admitir que até hoje essa regra se estabelece, mas é disfarçada pela hipocrisia em que vivemos). Por fim, o desenlace difere muito do que esperaríamos de um romance de época, mas isso vocês terão que ver por si. O livro é muito bem ambientado dentro da História, citando fatos como o Slave Trade Suppression Act ou Aberdeen Act (Bill Aberdeen), Revolução Industrial e outros e por isso mesmo torna a leitura uma viagem agradabilíssima e, talvez, real. Recomendadíssimo!
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Catarina Muniz |
AMEI MUITO a resenha!! Obrigada ao blog "para Gostar de Ler" pelas palavras generosas! <3
ResponderExcluirTalento precisa ser reconhecido.
ExcluirUm beijo